Arranhões marcaram a derme e a epiderme
quinta-feira, 28 de janeiro de 2010
IDEIAS FIXAS DE UM ANJO
Desci em voo rasante pelas paredes crespas
Arranhões marcaram a derme e a epiderme
Arranhões marcaram a derme e a epiderme
Até os olhos mutilados de fixar um ponto
nem vi se era noite ou dia
Um ser cético pelo destino afora
Trucidado pelo gesto ingênuo de doar-se
Precedido de sonhos crônicos à flor do dia
Alusão aos abortos nas calçadas escuras do não-ser
A cor escarlate escorre ainda pelas falanges
E secam os minutos as horas na pele tênue das ideias fixas:
Será que os seres alados também plantam flores de vidro?
Ou carregam pra sempre as marcas do destino?
(Olvidaram o discurso laico)
domingo, 17 de janeiro de 2010
NÃO, É O FIM?
Embrenhar-se pelos becos da consciência e não pedir licença
Regar uma flor no asfalto é não ser medíocre
Descer pelos trilhos das veias e não se envenenar
Não andar na contramão dos bêbados alivia a tensão de não morrer
São nervos de aço fingindo não quedar-se
Contando os segundos para não esmorecer nas ciladas abruptas
Do destino frio que ameaça as feridas não cicatrizadas
E não apagar da memória os vícios da noite-dia
São pálpebras dormentes no escuro não vigiado dos cubículos
É uma seta apontando o rumo
De um ponto final que não ver-se o fim
segunda-feira, 11 de janeiro de 2010
A NOITE É DELES
Ele tem um lance de pecado no sorriso
E atira o primeiro olhar sobre ela
A música aquece a boca gélida
Do palco as notas derramam fogo
A chama é inevitável
Nem espera uma explicação sua
Toma-lhe as mãos frias
E a transforma em uma dama no salão
A música dita os passos
E de leveza adormece em seus braços
Um ser mulher à meia-luz
Misto de prostituta e santa
O cheiro apetece-lhe o paladar
Escamoteia a sua jugular
E bebe-lhe o sangue fresco
Ela esmorece em seus braços frios
Sob as árvores nenhuma sombra
Só a lua por uma fresta é testemunha
A noite é deles...
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