Mais um "altered poem" de Akhmátova. Aqui o original. Logo depois o poema alterado por mim. Me empolguei com a brincadeira...rs
DE "SONHO NEGRO"
És sempre insólito e misterioso
e eu, a cada dia, mais submissa.
Mas teu amor, ó meu amor tirano,
é uma provação a ferro e fogo.
Tu me proíbes de rir e de cantar
de rezar já me proibiste há muito tempo.
Desde que a nos separar nós não cheguemos,
pouco te importa o que me aconteça!
Assim, estrangeira ao céu e à terra,
eu vivo e já não canto mais.
É como se afastasses minha alma peregrina
tanto do inferno quanto do céu.
Por causa de teu amor enigmático
eu gemo como uma enferma.
Fui ficando amarelada e trêmula,
quase não consigo mais andar.
Não me venhas com novas canções,
que elas podem ser enganadoras;
mas arranha, arranha com mais força
este meu peito de tísica,
para que o sangue mais rápido espirre
de meu colo sobre a cama,
e a morte de meu coração arranque
para sempre esta maldita embriaguez.
Ele me disse que não tenho rival,
que para ele não sou uma mulher deste mundo,
e sim um sol de inverno que à terra tráz alegria,
Uma canção selvagem vinda da terra natal.
Quando eu morrer, ele não ficará triste,
não gritará, cheio de pavor: "Ressuscita!"
Mas, de repente, perceberá que é impossível viver
o corpo sem sol, a alma sem canções.
E daí?
[...]
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DE "SONHO NEGRO"
És misterioso
e eu submissa.
teu amor é a ferro e fogo.
De rir e de cantar me proibiste
Separar? Pouco te importa
estrangeira, não canto,
minha alma peregrina:
inferno, céu...
Por teu amor gemo
amarelada e trêmula
canções enganadoras.
Arranha meu peito
que o sangue espirre sobre a cama
e a morte arranque esta embriaguez.
Ele disse que não sou uma mulher
e sim um sol, uma canção.
Quando triste gritará:
_Ressuscita!?
É impossível viver sem sol, sem canções...
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