Nem te conto...
Ele tentou por muito tempo. Detestava ser incomodado naquelas horas. Fazia desse momento um ritual de prazer, nunca um dever. Nem percebia as horas passarem. Todo o dia, naquele ponto, lá estava ele para mais um encontro. Às vezes, ela quem chegava primeiro, perfumada, carinhosa, faceira, voluptuosa; outras vezes, arisca, rebelde, sorrateira, sussurrava algo em tom de brincadeira e escapulia deliciosamente noite a dentro . Deixava-o na mão, com uma sensação louca de incapacidade e impotência. E assim foram horas, dias, meses, anos a fio. Até que numa noite quente de verão tomou coragem, resgatou-a da escuridão e a introduziu em sua câmara. Ali, fez amor com sua verve, chegou ao ápice, sentindo o sabor da conquista: concluiu o primeiro livro de uma série de manuscritos engavetados.
2 comentários:
caraleo, que texto massa!!!!!!!
Foi mal a empolgação, Selma.
Sabia que tu chegarias onde chegastes, meu bem, tinha jeito não.
E sou teu aprendiz.
Ei, mestre, aqui o posto de aprendiz é meu, viu? rs...
Sou tua discípula!
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