Era para ser um CONTO "normal" , com sequência linear e tudo mais, como manda o figurino, digo, os gramáticos. Mas de propósito fugiu à regra, e olha no que deu:
deu por encerrada a sua história Negociou e em seguida virou à esquina e com um estampido ensurdecedor Saiu para vender tudo que tinha num bazar da igreja Mas pensara mil vezes antes de fazer isso Sentia tanta vergonha que chegava a doer Estava tão cético tão incrédulo de si que nem mostrava mais a cara Pensava nisso o tempo todo e jogava o corpo contra a parede acrílica porque sentia nojo da própria imagem E só permitia a entrada para o sexo Ele quem destruiu a casa onde residia a Glória Porque o Amor reinou e depois fincou estacas afiadas em seu peito Tornou-se um trapo de pele nua A terra onde plantara flores agora colhe mediocridade Cansou daquela vidinha inútil
4 comentários:
Como sempre, uma relação entre as ideias e as palavras de uma concentração e um encantamento mântrico perfeito. Me explica apenas como é essa coisa de "início pelo fim"?
Pois é, Adilson, mais uma farra com a língua. Nesse conto brinquei com a estrutura e a pontuação: lê-se o texto começando pelo final, e descobre-se onde cada oração começa a partir das letras maiúsculas (exceto os nomes próprios). Daí é que percebe-se linearidade, coerência e sequência lógica dos fatos. Desafiando os limites da escrita com uma pitada de experimentalismo saramaguiano. rsrs...
Desculpa, continuo sem entender.
E como é bom podermos bricar com as palavras.às vezes ninguem me entende também.
fiz uma postagem a respeito disso, mas não quero que entendam... quero que sintam as telas que pinto em palavras.
Abraços
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