
A língua que penetra os espaços virgens
Maculando a brancura do verbo
Irrigando sulcos
Levando sementes ao espaço estéril
Fertilizando a terra fechada
Penetrará também os recantos
Noturnos, sombrios, secos
E deixará fluir um rio em seu ventre
Rio de palavras quentes
Nuas em seus afluentes
Corpus úmido em curso
Jorrará sua linguagem
No mar íntimo do papel.
Faz amor beijando a verve
Uma dama sem pudores
Procurada, não será encontrada em casa
Porque no espelho d’água
Refletiu a outra imagem
Estava fria e cansada
De ser dicionarizada.
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