segunda-feira, 9 de novembro de 2009
RIO ESPELHO
Luzes espelham o rio
Na noite clara de dias escuros
Se debruçam sobre o parapeito das pontes
E choram raios incandescentes,
Coloridos, pontiagudos e cortantes
Luzes-lâmina sobre a superfície das águas
Abrem caminho para a retina da lua
Que fita fundo os olhos do rio
Vendo as lágrimas escorrerem cegas,
Pelas fendas obscuras de seu curso
Onde outrora nascera virgem e crescera
Sob os olhares atentos de Narciso
Hoje a lama maculada
Condensa os dias sujos do homem sem luz.
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