Fui como uma folha ao vento
Levado pelo destino
Esbarrando a cara nos muros
De pedra na consciência
Resignado às mil faces da vida
Fingindo de mim mesmo e dos outros
Introspectivo e às vezes atrevido
Mas desenho as nuances do ser
Ou rabisco o ser selvagem
Impregnado de minha saudade
Ou então fujo por uma janela
Entreaberta da garganta e grito
Grito o silêncio dos loucos
Não era pra ser assim
Mas como sair dela sem ser notado?
Jamais quis ter notoriedade
Logo dela que é meu pudor
(Então me despe se fores capaz
Diz-me o momento certo de agir)
Nunca sei suas verdades
Se fingindo arranca-me os fantasmas
Abrem-se sulcos e lacunas
À noite visita o meu íntimo
Promete ver minhas virtudes
Mas continuo acorrentado em meu ser
De pedra na consciência
Espero à madrugada, o dia
O dia vem, mas a luz não é dela
Continuo esperando e rabiscando
E assim cada dia ela tira
um pedaço do meu coração.
Um comentário:
Poema perfeito para esse meu domingo aziago e de caras esbarradas nos mais variados muros.
Postar um comentário