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Fiz esse blog com incentivo de um amigo meu das letras. A princípio era mais uma brincadeira de escrever, mas aos poucos fui tomando gosto, e hoje não consigo passar um dia sem "por os pés" aqui. Agradeço sinceramente os caros leitores que passarem por aqui. Fiquem à vontade para comentar, sugerir ou acompanhar esse democrático e rabugento espaço (como queiram).

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quarta-feira, 14 de julho de 2010

MANOEL DE BARROS


Gosto da poética do matogrossense Manoel de Barros. O brincar com as palavras em estado de "coisas" como, latas, pedras, lama, são matéria da poesia barreana. Somado a esse estilo, o poeta vive a inocência da linguagem nas metáforas empíricas. Isso me fascina! Confira dois poemas do livro "POEMAS RUPESTRES".


LÍNGUA

A seca foi braba naquele ano.
O pai falou: Lá evém uma língua de fogo
do lado da Bolívia

e vai lamber todo o pasto.
O menino assustou: Língua de fogo?

O pai explicou ao menino que se tratava

de imagem.
Língua de fogo é apenas uma imagem.
Mas, pela dúvida, o menino retirou seu

cachorro da imagem.
(pág. 65)


SONATA AO LUAR


Sombra Boa não tinha e-mail.

Escreveu um bilhete:

Maria me espera debaixo do ingazeiro

quando a lua tiver arta.

Amarrou o bilhete no pescoço do cachorro

e atiçou:
Vai, Ramela, passa!
Ramela alcançou a cozinha num átimo.
Maria leu e sorriu.

Quando a lua ficou arta Maria estava.

E o amor se fez
Sob um luar sem defeito de abril. (pág. 33)

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